Moyses - Curso de Física Básica, Mecânica, Problema Resolvido 9.6
9.6) (a) Que fração f da energia cinética é transferida por uma partícula de massa m, que se move com velocidade v, numa colisão frontal elástica com uma partícula de massa m′ inicialmente em repouso? Exprima o resultado em função da razão λ=m′m Para que valor de λ a transferência é máxima, e quanto vale? (b) Coloca-se entre as duas partículas uma terceira, de massa m′, em repouso, alinhada com m e m′. Mostre que a transferência de energia cinética de m para m′ é máxima quando m″=√mm′. Mostre que, para m≠m′ , a presença da partícula intermediária possibilita transferir mais energia cinética de m para m′ do que no caso (a).
a) Podemos usar o resultado (9.4.11) para determina a velocidade após a colisão, {vf=(m−m′m+m′)vi+(2m′m+m′)v′iv′f=(2mm+m′)vi−(m−m′m+m′)v′i Supondo que a massa m′ está inicialmente em repouso teremos que v′i=0, logo, {vf=(m−m′m+m′)vi (1)v′f=(2mm+m′)vi (2) A seguir uma imagem de antes e depois da colisão,
Para determinar tal fração f pedida, que é basicamente a variação da energia cinética ΔT da ultima colisão dividido pela energia cinética inicial do sistema, devemos calcular primeiro a variação da energia cinética da primeira partícula de massa m devido a colisão, ΔT=12mv2f−12mv2i Usando a equação (1) obtemos, ΔT=12m(m−m′m+m′)2v2i−12mv2i⇒ ΔT=12m[(m−m′m+m′)2−1]v2i⇒ dividindo o numerador e do denominador de fração por m2 obtemos, ΔT=12m[(1−m′m1+m′m)2−1]v2i⇒ O problema pede que coloquemos a equação em função do fator λ=m′m para que possamos determinar qual a combinação de valores de massa que torna a variação de energia cinética máxima, ΔT=12m[(1−λ1+λ)2−1]v2i Desenvolvendo a equação obtemos uma expressão reduzida, podemos reescrever o numero um como a fração de numerador e denominador iguais da forma que nos formais conveniente, ΔT=12m[(1−λ1+λ)2−(1+λ1+λ)2]v2i⇒ ΔT=12m[1−2λ+λ2(1+λ)2+−1−2λ−λ2(1+λ)2]v2i⇒ ΔT=12m[−4λ(1+λ)2]v2i A fração f é dada por, f=ΔTTi Substituído a energia cinética inicial da partícula m e a variação da energia cinética da mesma antes e depois da colisão, f=12m[−4λ(1+λ)2]v2i12mv2i Dessa expressão obtemos a função que descreve a transferência de energia cinética da colisão em função de λ, f=−4λ(1+λ)2 (3) Determinar os valores máximos das massa m e m′ para que a transferência seja máxima é determinar o valor λ que maximiza a função f, derivando a expressão e igualando a zero encontraremos os pontos críticos da expressão, dfdλ=−4(1+λ)2+8λ(1+λ)(1+λ)4⇒ dfdλ=−4+4λ2(1+λ)4⇒ 0=−4+4λ2(1+λ)4⇒ λ=±1 Como o sinal negativo não tem significado físico teremos apenas a parte positiva como solução, λ=1 b) Devemos examinar as colisões importantes que acontecerão, a colisão entre a partícula m e partícula m″ e em seguida a colisão entre a partícula m″ e m′, a priore teremos a partícula de massa m com velocidade vi na direção da partícula de massa m″ que está inicialmente em repouso,
Após a colisão as partículas adquirem velocidades, {vf=m−m″m+m″viv″f=2mm+m″vi (4) Em seguida a partícula de massa m″ segue com velocidade v″f em direção ao corpuscular de massa m′ inicialmente,
Apos a colisão das partículas m″ e m′ elas adquirem velocidade, {v″2f=m″−m′m′+m″v″fv′f=2m″m′+m″v″f Substituindo o resultado (4) na expressão obtemos, {v″2f=m″−m′m′+m″2mm+m″viv′f=2m″m′+m″2mm+m″vi (5) Usando a equação (5) podemos calcular a variação da energia cinética ΔT′ da partícula de massa m′ e relaciona-la com a energia cinética Ti antes das duas colisões e obter a função f′ que descreve quanta energia foi transferida nas colisões, ΔT′=12m′v′2f−12m′v′2i Como a partícula de massa m′ é suposta em repouso antes da colisão teremos que v′i=0, logo, ΔT′=12m′v′2f Usando o resultado (5) obtemos, ΔT′=12m′(2m″m′+m″2mm+m″vi)2 Reescrevendo a equação encontramos, ΔT′=8m′m″2m2(m′+m″)2(m+m″)2v2i Podemos usar o seguinte truque para fazer aparecer a energia cinética inicial do sistema, ΔT′=8m′m″2m2(m′+m″)2(m+m″)22m{12mv2i} Note que a expressão a direita nada mais é que Ti, logo, ΔT′=16m′m″2m(m′+m″)2(m+m″)2Ti Temos que f′ é dado por, f′=ΔT′Ti⇒ f′=16m′m″2m(m′+m″)2(m+m″)2TiTi⇒ f′=16mm′m″2(m′+m″)2(m+m″)2 (6) O problema nos pede para determinar a massa m″ que maximiza a transferencial de energia entre m′ e m, tal comparação de energia é dada por f′ o que significa que encontrar tal valor é encontra qual valor de m″ que maximiza f′, podemos então derivar f′ e igualar a zero para determinar os pontos críticos de f′, df′dm″=ddm″[16mm′m″21(m′+m″)21(m+m″)2]⇒ 0=ddm″[16mm′m″21(m′+m″)21(m+m″)2]⇒ 0=(m″+m′)2(m+m″)2−m″[(m″+m′)(m+m″)2+(m″+m′)2(m+m″)]⇒ (m″+m′)(m+m″)=m″[(m+m″)+(m″+m′)]⇒ m″m+m″2+mm′+m′m″=mm″+m′m″+2m″2⇒ m″2=mm′⇒ m″=±√mm′ Como a parte negativa não faz sentido físico então, m″=√mm′ d) Queremos mostrar então que a presença de uma partícula intermediaria possibilita a transferencial de mais energia no caso em que a transferencial é máxima e m≠m′, ou seja, λ≠1, sabemos que m″=√mm′, logo, podemos aplicar esse resultado na equação (6) e obter, f′=16m2m′2(m′+√mm′)2(m+√mm′)2 Colocando m em evidencia nos dois fatores do denominador da fração obtemos, f′=16m2m′2m4(m′m+√m′m)2(1+√m′m)2⇒ f′=16m′2m2(m′m+√m′m)2(1+√m′m)2 escrevendo a equação dessa forma podemos escreve-la em termos de λ, f′=16λ2(λ+√λ)2(1+√λ)2 Colocando em evidencia √λ do primeiro fator do denominador da fracão obtemos, f′=16λ(1+√λ)4 (7) Dividindo a equação (7) pela equação (3) obtemos uma expressão que se for maior que 1 indica que a transferencial de energia foi maior que a do caso a), F=f′f=4(1+λ)2(1+√λ)4 Logo se a partícula intermediaria proporciona uma transferencial de energia no caso em que λ≠1 maior que no caso a) então λ=1 é um ponto critico de F, podemos perceber pelo gráfico da equação que esse é um ponto critico,
Comentários