Moyses - Curso de Física Básica, Mecânica, Problema Resolvido 9.4

9.4) Considere um sistema qualquer de duas partículas, de massas m1 e m2 e velocidades v1 e v2. Sejam T1 e T2 as energias cinéticas das duas partículas, e vr , a velocidade relativa da partícula 2 em relação à partícula 1. (a) Mostre que os momentos das duas partículas em relação ao CM são dados por: p1=μvr=p2, onde μ=m1m2M (com M=m1+m2) chama-se a massa reduzida do sistema de duas partículas. Note que 1μ=1m1+1m2. (b) Mostre que a energia cinética total é dada por T1+T2=T1+T2+12MV2, onde T1 e T2 são as 2 energias cinéticas relativas ao CM e V é a velocidade do CM. (c) Mostre que a energia cinética relativa ao CM (energia cinética interna) é dada por T1+T2=12μv2r. Combinando os resultados de (b) e (c), vemos que a energia 2 Prof. Dr. Abraham Moysés Cohen Departamento de Física PR-9.3 Universidade Federal do Amazonas cinética total é a soma da energia cinética associada ao movimento do CM, com massa igual à massa total, mais a energia cinética do movimento relativo, equivalente à de uma partícula de massa igual a massa reduzida e velocidade igual à velocidade relativa. Mostre que, para um sistema isolado de duas partículas, a energia cinética interna se conserva numa colisão elástica entre elas. Mostre que o fator Q de uma colisão inelástica (Seç. 9.7) é igual a variação da energia cinética interna. 


 a) Podemos considerar o momento de cada partícula de massa m1 e m2 individualmente e depois compará-la. Para evidenciar o panorama do problema em um dado referencial as partículas se movem com velocidade v1 e v2 em tal referencial existe um ponto que se move com velocidade V que é o centro de massa das duas partículas, tais elementos são projetados do ideal para o plano a baixo representado, {v1=v1+Vv2=v2+V
Por outro lado se considerarmos que as velocidades das duas partículas são obtidas por traslações uniformes então o centro de massa das partículas também está se movendo uniformemente, tornando-o um referencial inercial, o qual podemos considerar, nesse referencial, que denominaremos aqui referencial com linha, as partículas tem velocidades diferentes, v1 e v2, em relação a esse centro de massa, agora referenciado como origem de nosso novo sistema com linha, {v1=v1Vv2=v2V
A velocidade V é por definição o momento total P dividido pela massa total M do sistema, {v1=v1m1v1+m2v2m1+m2v2=v2m1v1+m2v2m1+m2 reescrevendo a expressão obtemos, {v1=m2m1+m2(v2v1)v2=m1m1+m2(v2v1) Multiplicando a primeira equação por m1 e a segunda por m2 obtemos os momentos de cada partícula, {p1=m1m2m1+m2(v2v1)p2=m2m1m1+m2(v2v1) Como foi definido no enunciado do problema simbolizamos as as quantidade de massa e velocidade relativa da partícula 2 em relação a partícula 1, {p1=μvrp2=μvr Ou seja, p1=μvr=p2 Isso implica que em relação ao centro de massa as partículas tem uma velocidade relativa de mesmo sentido porém intensidade opostas, b) Devemos agora mostrar que a quantidade T1+T2+12MV2 se resume no momento total das partículas em relação ao referencial sem linha das mesmas, isto é, T1+T2+12MV2=T1+T2, dessa forma começamos a escrever, T1+T2+12MV2 12m1|v1|2+12m2|v2|2+12MV2 As velocidades no referencial com linha pode ser escrito da seguinte forma, 12m1|v1V|2+12m2|v2V|2+12MV2 O modulo quadrado de um vetor pode ser representado como o produto interno com ele próprio, 12m1(v1V)(v1V)+12m2(v2V)(v2V)+12MV2 Por distributividade em relação ao produto interno dado teremos, 12m1v1v1m1v1V+12m1VV+12m2v2v2m2Vv2+12m2VV+12MV2 Lembrando que as expressões similares a vv=v2 e colocando V em evidencia nos que restarem obtemos, 12m1v21+12m2v22(m1v1+m2v2)V+12(m2+m1)V2+12MV2 Na terceira parcela podemos identificar que m1v1+m2v2=p e na quarta parcela podemos escrever a soma m1+m2=M, 12m1v21+12m2v22pV+MV2 Podemos lembrar que V=PM tanto escalar quanto vetorial, 12m1v21+12m2v22ppM+p2M ou seja, 12m1v21+12m2v22p2M+p2M 12m1v21+12m2v22 T1+T2 Logo, T1+T2+12MV2=T1+T2 Que é um resultado interessante pois evidencia que a energia que aparentemente desaparece de um referencial sem linha para o com linha, acontece por que consideramos o novo referencial com linha em repouso, ignorando assim a energia cinética do próprio sistema com linha. c) Queremos mostrar agora que T1+T2=12μvr, dessa forma iniciamos nossa argumentação escrevendo T1+T2=12m1|v1|2+12m2|v2|2 Podemos reescrever v=vV obtemos, T1+T2=12m1|v1V|2+12m2|v2V|2 Reescrevendo o modulo quadrático dos vetores por suas expressões equivalestes em termos de produto interno obtemos, T1+T2=12m1[v1v12v1V+VV]+12m2[v2v22v2V+VV] T1+T2=12m1[v212v1V+V2]+12m2[v222v2V+V2] T1+T2=[12m1v21m1v1V+12m1V2]+[12m2v22m2v2V+12m2V2] T1+T2=12m1v21+12m2v22(m1v1+m2v2)V+12(m1+m2)V2 T1+T2=12m1v21+12m2v22ppM+12Mp2 T1+T2=12m1v21+12m2v22p2M+12Mp2 T1+T2=12m1v21+12m2v2212Mp2 T1+T2=m1Mv21+m2Mv22p22M T1+T2=m1(m1+m2)v21+m2(m1+m2)v22(m1v1+m2v2)22M T1+T2=m1m2v212m1m2v22v21+m1m2v222M T1+T2=m1m22(m1+m2)(v212v22v21+v22) T1+T2=12m1m2(m1+m2)(v1v2)2 T1+T2=12μ(vr)2 T1+T2=12μv2r Podemos ainda mostrar que a energia interna em uma colisão elástica é conservadão, em tal colisão pi=pf, logo, m1v1i+m2v2i=m1v1f+m2v2f Podemos substituir a expressão v=vV m1(v1iV)+m2(v2iV)=m1(v1fV)+m2(v2fV) m1v1i+m2v2i=m1v1f+m2v2f pi=pf De forma análoga podemos mostrar que em uma colisão inelástica entre duas partículas em um movimento arbitrário existe um fator de Q que representa o momento que foi perdido ou ganhado na colisão, ou seja, pi=pf+Q m1v1i+m2v2i=m1v1f+m2v2f+Q Q=(m1v1f+m2v2fm1v1im2v2i) Q=[m1(v1fV)+m2(v2fV)m1(v1iV)m2(v2iV)] Q=[m1v1f+m2v2fm1v1im2v2i] Q=pf+pi Q=Δp








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