Moyses - Curso de Física Básica, Mecânica, Problema Resolvido 9.3

9.3) Considere a colisão elástica entre duas partículas de massas m1 e m2 que se movem em uma dimensão. (a) Verifique, a partir das (9.4.11), que a velocidade do CM se conserva na colisão. (b) Calcule as velocidades iniciais v1i e v2i das duas partículas em relação ao CM do sistema, exprimindo-as em função da velocidade relativa inicial vri da partícula 2 em relação à partícula 1 e da massa total M=m1+m2 . Qual é a relação entre vri e vri ? (c) Faça o mesmo para as velocidades finais v1f e v2f em relação ao CM, com auxilio das (9.4.11). Qual é a relação entre vrf e vrf (a velocidade relativa final)? E entre vrf e vri ? (d) Interprete os resultados de (a) a (c), descrevendo como ocorre a colisão vista do referencial do CM



 a) Como o centro de massa está se movendo em relação a um referencial parado em segundo m1 e m2, o centro de massa tem uma velocidade Vi, logo, dizer que o centro de massa é conservado após a colisão entre as duas partículas é dizer que depois da colisão o centro de massa tem uma velocidade Vf tal que vi=Vf. O livro nos da uma demostração na sessão 9.5 de que as velocidades finais, vf1 e vf2, de duas, m1 e m2, partículas que colidem frontalmente em uma dimensão podem ser escritas de forma geral em função das velocidades iniciais, vi1 e vi1, {vf1=m1m2m1+m2vi1+2m2m1+m2vi2   (1)vf2=2m1m1+m2vi1m1m2m1+m2vi2   (2) Como é uma colisão elástica estamos supondo que o momento foi conservado no processo, isso é, Pi=Pf, então intuitivamente devemos multiplicar as expressões das velocidades finais pelas suas respectivas massa de forma que encontramos agora as expressões do momento final de cada partícula, {m1vf1=m1m1m2m1+m2vi1+m12m2m1+m2vi2m2vf2=m22m1m1+m2vi1m2m1m2m1+m2vi2 Somando as duas equações obtemos o momento total final Pf=P1f+P2f=m1vf1+m2vf2, logo, m2vf2+m2vf2=m1m1m2m1+m2vi1+m12m2m1+m2vi2+m22m1m1+m2vi1m2m1m2m1+m2vi2 Reorganizando a equação obtemos, m2vf2+m2vf2=m21vi1m1m2vi1+2m2m1vi2+2m2m1vi1m2m1vi2+m22vi2m1+m2 m2vf2+m2vf2=(m1+m2)m1vi1+(m1+m2)m2vi2m1+m2 m2vf2+m2vf2m1+m2=(m1+m2)m1vi1+(m1+m2)m2vi2(m1+m2)2 Vf=m2vf2+m2vf2m1+m2=m1vi1+m2vi2m1+m2=Vi Note que as expressões do lado esquerdo e direito nada mais são do que as velocidades do centro de massa Vf e Vi respectivamente, logo, Vf=Vi Como queríamos demostrar. b) Queremos agora descobrir qual é a velocidade inicial, vi1 e vi2 , das partículas m1 e m2 se colocarmos o referencial se movendo sobre o centro de massa CM das duas partículas,
Olhando para as partículas no referencial linha do centro de massa é isso o que vemos,
Podemos descobrir essa velocidade usando a transformação de Galileu, a velocidade no referencial sem linha é igual a sola da velocidade do referencial com linha com a partícula no referencial com linha, ou seja, {vi1=vi1+Vivi2=vi2+Vi Logo a velocidade no referencial com linha será dada por, {vi1=vi1Vi   (3)vi2=vi2Vi   (4) Vamos abrir a expressão evidenciando as partes de Vi, {vi1=vi1m1vi1+m2vi2m1+m2vi2=vi2m1vi1+m2vi2m1+m2 Reorganizando a expressão teremos, {vi1=m1vi1+m2vi1m1vi1m2vi2m1+m2vi2=m1vi2+m2vi2m1vi1m2vi2m1+m2 {vi1=m2m1+m2(vi2vi1)vi2=m1m1+m2(vi2vi1) Note que a velocidade relativa vri da partícula 2 em relação a partícula 1 é vri=vi2vi1, assim como podemos escrever a massa total do sistema com M=m1+m2, {vi1=m2Mvrivi2=m1Mvri Podemos por fim relacionar as velocidades relativas da partícula 2 em relação a partícula 1 no referencial sem linha vri e com a partícula no referencial com linha vri lembrando que vri=vi2vi1 e que a mesma relação de velocidade relativa da partícula 2 em relação a 1 vale para o referencial com linha, vri=vi2vi1 Usando as equações (3) e (4) obtemos, vri=(vi2Vi)(vi1Vi) Isto é, vri=vi2vi1 Que nada mais é que, vri=vri c) Da mesma forma que na letra b) encontramos as velocidades iniciais de m1 e m2 antes da colisão no referencial do centro de massa, referencial com linha, podemos fazer a mesma coisa para as velocidade vf1 e vf2 usando como auxilio as equações (1) e (2), mas primeiro,
Ou olhando da perspectiva do centro de massa,
Note que nessa nova situação as velocidades foram invertidas de sentido, usando novamente a transformação de galileu obtemos, {vf1=vf1+Vfvf2=vf2+Vf Lembrando que Vi=Vf obtemos, {vf1=vf1Vi   (5)vf2=vf2Vi   (6) Abrindo a expressão de Vi, vf1 e vf2 obtemos, {vf1=m1m2m1+m2vi1+2m2m1+m2vi2m1vi1+m2vi2m1+m2vf2=2m1m1+m2vi1m1m2m1+m2vi2m1vi1+m2vi2m1+m2 Reorganizando os termos de modo a formar apenas uma parcela, {vf1=m2m1+m2(vi2vi1)vf2=m1m1+m2(vi2vi1) Usando novamente a redução vri e M {vf1=m2Mvri=vi1vf2=m1Mvri=vi2 Usando a relação, vrf=vf2vf1 Podemos obter outra relação interessante, usando as equações (5) e (6) obtemos vrf=(vf2Vi)(vf1Vi) vrf=vf2vf1 vrf=vrf Porém olhando do referencial com linha, referencial do centro de massa, sabermos que as velocidades se invertem, ou seja vri=vrf, logo, vrf=vri d) Olhando do referencial com linha, ou seja, do referencial do centro de massa, veríamos as partículas se aproximar da origem com velocidade inicial igual e sentido oposto, assim como veríamos elas se afastar com velocidade final igual e sentido oposto.






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